Águas de Março 2012

   Nesta quinta-feira (22) é comemorado o Dia Internacional da Água, cujo objetivo é criar um momento de reflexão, análise e conscientização de práticas eficientes que conservem nossos recursos hídricos focando uma melhoria na qualidade de vida de toda população. A água é o elemento de maior importância para a vida. Nosso planeta possui 97% de água salgada encontrada nos mares e oceanos, 2% formam as geleiras que são inacessíveis e somente 1% é de água doce.

   Esse ano o tema “Água e Segurança Alimentar” é discutido pela ONU, com a preocupação voltada para o grande aumento da população e a falta de recursos, já que estatísticas demonstram a população atual gira em torno de 7 bilhões de pessoas e é previsto que em 2050 isso chegue á 9 bilhões. “O mundo está com sede porque nós estamos com fome” (The world is thirsty because we are hungry) trata de forma direta a relação da água com a fome e a sede no mundo e conseqüentemente, a relação da água com a produção de alimentos e com o aumento da população mundial.
   Estatísticas comprovam que cada um de nós bebe de 2 a 4 litros de água por dia, sendo que a maior parte desta água se encontra nos alimentos que consumimos: a produção de 1kg de carne por exemplo, consome 15.000 litros de água, enquanto 1kg de trigo consome 1.500 litros.
Ao trazer essa discussão para o nosso país, encontramos um grande paradoxo. Somos um país privilegiado no que diz respeito a quantidade de água, estamos com maior bacia hidrográfica do planeta no Amazonas. O rio Amazonas é considerado um rio essencial para todo o mundo - 8% de toda água doce da Terra é do Brasil - onde 80% deste volume se encontra nessa região.

Além disso, a dificuldade de se obter água potável é grande, pois rios e lagos brasileiros vem sendo contaminados por despejos domésticos e industriais. Ainda lidamos com o desmatamento das margens dos rios que acabam desprotegendo o solo, e com a ausência das árvores, as águas das chuvas correm de forma rápida para os rios, provocando assim, enchentes e trazendo restos que podem criar problemas no solo do fundo dos rios , e ainda as construções clandestinas que crescem às margens dos rios e de represas poluem os reservatórios, e isso causa ameaça a saúde da população.A revista britânica ‘ British Medical Journal” diz que em 2032 metade da população mundial será atingida pela falta de água, trazendo serias conseqüências para saúde.
   Lidar com o aumento populacional e o acesso a alimentos nutritivos requer varias medidas. Proteger os mananciais que ainda estão conservados e a recuperação daqueles que já estão prejudicados são modos de conservar a água que ainda temos. Mas isso apenas não basta. É preciso fazer muito mais para alcançarmos esse objetivo de modo que o uso se torne cada vez mais eficaz.

Paula Wada