A tireoide é uma glândula em forma de borboleta,
localizada na parte anterior pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo
de Adão. Ela age na função de órgãos importantes como o coração, cérebro,
fígado e rins. Interfere, também, no crescimento e desenvolvimento das crianças
e adolescentes; na regulação dos ciclos menstruais; na fertilidade; no peso; na
memória; na concentração; no humor; e no controle emocional. É fundamental
estar em perfeito estado de funcionamento para garantir o equilíbrio e a
harmonia do organismo.
Ela é responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina),
que atuam em todos os sistemas do nosso organismo. Quando a tireoide não está
funcionando adequadamente pode liberar hormônios em excesso (hipertiroidismo)
ou em quantidade insuficiente (hipotireoidismo).
Hipotireoidismo: tudo começa a funcionar mais lentamente no
corpo, o coração bate mais devagar, o intestino prende e o crescimento pode
ficar comprometido. Ocorrem, também, diminuição da capacidade de memória;
cansaço excessivo; dores musculares e articulares; sonolência; pele seca; ganho
de peso; aumento nos níveis de colesterol no sangue; e até depressão. Na
verdade, o organismo nesta situação tenta "parar o indivíduo", já que
não há “combustível” para ser gasto.
Hipertireoidismo: o corpo começa a funcionar rápido demais,
o coração dispara; o intestino solta; a pessoa fica agitada; fala demais;
gesticula muito; dorme pouco, pois se sente com muita energia, mas também muito
cansada.
Tanto no hipo como no hipertireoidismo, pode ocorrer um aumento no volume
da tireoide, que chama-se bócio, e que pode ser detectado, através do
exame físico. Problemas na tireoide podem aparecer em qualquer fase da vida, do
recém-nascido ao idoso, em homens e em mulheres. O diagnóstico não é
complicado e o tratamento evita maiores complicações.
Um dos problemas mais frequentes da tireoide são os nódulos, que não apresentam
sintomas. Estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide
em algum momento da vida. O que não significa que sejam malígnos. Apenas 5% dos
nódulos são cancerosos. O reconhecimento deste nódulo precocemente pode salvar
a vida da pessoa e a palpação da tireoide é fundamental para isso. Este exame é
simples, fácil de ser feito e pode mudar a história de uma pessoa. Uma vez
identificado o nódulo, o endocrinologista solicitará uma série de exames
complementares para confirmar a presença ou não do câncer.
Apesar de pouco comum, é preciso estar atento ao câncer de tireoide.
Diagnosticado a partir de um tumor maligno de crescimento dentro da glândula da
tireoide, possui excelentes perspectivas de tratamento. Assim como o câncer de
mama, atinge na sua maioria mulheres acima de 35 anos. Porém, atinge também
homens e mulheres entre 25 e 65 anos, principalmente, sendo três vezes mais
frequente em mulheres.
Geralmente, o câncer de tireoide é descoberto pelo próprio
paciente através do autoexame, que pode ser realizado a qualquer hora do dia,
em qualquer lugar. Desse modo, no caso de encontrar alguma alteração (uma
protuberância ou nódulo) na base do pescoço, é importante que consulte
imediatamente um endocrinologista. Concluído o exame físico, pelo
autoexame e pelo exame realizado pelo médico, ele solicitará novos exames para
um diagnóstico conclusivo.
Algumas vezes, o câncer de tireoide pode reaparecer, após
seu tratamento, ou se espalhar por outras partes do corpo. Por este motivo, os
médicos recomendam um acompanhamento por meio de exames periódicos.
Algumas evidências científicas mostram que a exposição à
radioatividade (a irradiação) externa, na cabeça ou no pescoço, pode provocar
o câncer de tireoide. Pessoas expostas à radiação (terapias com Raios-X)
entre as décadas de 20 e 60 (para o tratamento de acnes, amigdalite ou
adenoides, por exemplo) têm maior risco de desenvolver o carcinoma de tireoide.
A incidência da doença aumentou 10% na última década, mas o
número de mortes relacionadas ao carcinoma tireoideano diminuiu. Cerca de 85%
dos pacientes com doença diagnosticada e tratada em estágio inicial se mantém
vivos e ativos. De 65 a 80% destes cânceres são diagnosticados como câncer de
tireoide papilar; 10 a 15%, como folicular; 5 a 10%, como medular e 3 a 5%,
como anaplásico. Muitos médicos acreditam que os exames realizados dos
primeiros 5 a 10 anos após a cirurgia de extração do tumor na tireoide são
críticos.
Tipos de Câncer de Tireoide
Carcinoma papilifero – é o tipo mais comum. Pode aparecer em
pacientes de qualquer idade, porém predomina entre os 30 e 50 anos. Devido à
longa expectativa de vida, estima-se que uma entre mil pessoas tem ou teve este
tipo de câncer. A taxa de cura é muito alta, chegando a se aproximar de 100%.
Carcinoma folicular – Tende a ocorrer em pacientes com
mais de 40 anos. É considerado mais agressivo do que o papilifero. Em dois
terços dos casos, não tem tendência à disseminação. Um tipo de carcinoma
folicular mais agressivo é o Hurthle, que atinge pessoas com mais de 60 anos.
Carcinoma medular – Afeta as células parafoliculares,
responsáveis pela produção da calcitonia, hormônio que contribui na regulação
do nível sanguíneo de cálcio. Esse tipo de câncer costuma se apresentar de
moderadamente a muito agressivo, sendo de difícil tratamento.
Carcinoma anaplásico ou inmedular – É muito raro. Porém
é o tipo mais agressivo e tem o tratamento mais difícil, sendo responsável por
dois terços dos óbitos de câncer da tireoide.
Autoexame da Tireoide
Os nódulos tireoidianos são caroços que aparecem
na glândula, mais comumente nas mulheres e mais frequentemente com o
envelhecimento. Eles podem ser únicos ou múltiplos, de tamanhos variados, e
estão presentes em 5% a 10% da população adulta. Além da estética, os nódulos
podem causar incômodo no pescoço, dificuldade para engolir e até desconforto
respiratório, dependendo do seu tamanho. Eles podem ser detectados apalpando a
região do pescoço. Embora fácil de ser diagnosticado, ele deve ser confirmado
pelo médico endocrinologista através de exame clínico e complementar.
Para realizar o autoexame, é necessário apenas um espelho com cabo e um copo
d'água.
1. Segure o espelho procurando em seu pescoço a região abaixo do pomo de Adão
(gogó). Sua tireoide está localizada nesta área.
2. Focalize esta área com o espelho estendendo a cabeça para trás para
facilitar a visualização.
3. Beba um gole d'água.
4. Ao engolir, observe em seu pescoço se existe alguma saliência ou elevação
localizada. Repita este teste várias vezes, se necessário.
5. Observe se existe algum nódulo ou saliência. Ao notar alguma alteração,
procure um endocrinologista para obter orientações.
Tratamento
O tratamento varia de acordo com o tamanho do nódulo e se ele está produzindo
muito hormônio, ou não. Quando indicada pelo endocrinologista, é feita uma
pequena retirada de células do nódulo, através de uma punção. Tal medida ajuda
os médicos a orientar seus pacientes sobre o tratamento correto.
depois que eu ganhei o bebe nao me tratei mas queria fazer cerugia o que eu faco???