A partir de 1996 ocorreu uma redução do número de casos de AIDS masculino/ feminino de 27 homens para cada 1 mulher em 1984 para 2 homens para cada 1 mulher em 1996. A partir daí observou-se três fases distintas referentes aos casos de AIDS em mulheres: o primeiro grupo (1986) era composto por mulheres parceiras de homens bissexuais e a transmissão era feita principalmente via sexual. Na segunda fase (1987/ 1990) a maior proporção de casos estava relacionada ao uso de drogas injetáveis, quer porque as mulheres fossem usuárias, quer porque fossem parceiras de usuários. A terceira fase, que teve início em 1991 e vai até hoje, está relacionada a homens com múltiplas parceiras sexuais.
O fato das mulheres serem mais vulneráveis a doença abrange questões socio- econômicas e culturais, que vão do pertencimento a um grupo de mulheres estereotipado, em situação de pobreza e exclusão social, à associação da AIDS apenas a situações moralmente negativas.
A feminização da AIDS fez com que a campanha do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde para o carnaval 2011 focasse jovens entre 15 a 24 anos. Essa faixa etária representa um grupo de risco, pois os casos de AIDS em homens e mulheres jovens, de 13 a 19 anos, correspondem a 12.693 casos (1980 a 2010), desse total oito ocorrem em meninos, para cada dez meninas.
A Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP- 2008) mostra que as jovens entre 15 a 24 anos estão mais vulneráveis ao HIV pois em todas as situações os meninos usam mais preservativos do que elas. Além disso, quando o relacionamento se torna fixo, apenas 25,1% delas utilizam camisinha, o porcentual entre eles é de 36,4%.
A campanha do Ministério da Saúde para o Carnaval 2012 focou os jovens gays de 15 a 24 anos, no entanto, as mulheres continuam compondo um grupo de risco.
Abaixo está o último vídeo da campanha do ano passado, divulgado pelo Ministério da Saúde:
É necessário ressaltar a importância do teste da AIDS para o diagnóstico precoce da doença. Se o resultado for positivo, a pessoa pode fazer acompanhamento nos serviços de saúde e começar o tratamento no momento mais adequado. A recomendação vale para relação sexual desprotegida (inclusive sexo oral) e uso de seringas ou agulhas compartilhadas. Não tenha medo, faça o teste! O link abaixo direciona para o site do Ministério da Saúde que indica Centros de Testagens e Aconselhamentos mais próximos de você:
Juliana Marcelino