sábado, 5 de maio de 2012

Hanseníase: menos preconceito e mais informação

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     A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo bacilo de Hansen [Mycobacterium leprae] e merece atenção por possuir umalto poder incapacitante, que está diretamente relacionado à capacidade do bacilo penetrar a célula nervosa e também ao seu poder imunogênico. Embora seja uma doença grave que requer cuidados, a hanseníase tem tratamento e cura.

     A transmissão ocorre  através de uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar) e elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo infectar as pessoas com as quais tem contato. Mas é válido destacar que apesar do bacilo de Hansen ter capacidade de infectar um grande número de pessoas, poucas de fato adoecem. Isso porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo, ou seja, um sistema imunológico resistente.

     Um alerta é para o aumento das chances de infecção quando o contato direto e prolongado com a pessoa doente se dá em ambientes fechados, com pouca ventilação e ausência de luz solar. Um cenário comum durante o inverno, por exemplo. O período de incubação do bacilo, ou seja, o tempo em média que demora para a pessoa apresentar os sintomas da doença é de 2 a 5 anos.

     Mas a partir do momento em que a pessoa doente começa o tratamento, ela deixa de transmitir a doença. O paciente não precisa ser afastado do trabalho, nem do convívio familiar e pode manter relações sexuais com seu parceiro ou parceira. Isso derruba alguns mitos e ajuda a combater o preconceito contra quem sofre da doença.

     Os principais sintomas são são manchas e áreas da pele com diminuição de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar em qualquer parte do corpo, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na facenas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas. 

 Outros sintomas são:

• Área de pele seca e com falta de suor;
• Área da pele com queda de pêlos, especialmente nas sobrancelhas;
• Sensação de formigamento (Parestesias);
• Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés;
• Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.
• Úlceras de pernas e pés.

     O diagnóstico só pode ser feito por um médico, através de um exame clínico, baseado nos sinais e sintomas detectados na observação de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade superficial e da força muscular dos membros superiores e inferiores. Em raros casos será necessário solicitar exames complementares para confirmação diagnóstica. É fundamental que ao suspeitar da doença a pessoa procure atendimento médico adequado. A hanseníase é uma doença cujos sintomas podem se assimilar a outras doenças, por isso a importância da conscientização e realização de exame preventivo, o foco da campanha.

     Quando a pessoa é diagnosticada com a doença, ela encontra tratamento gratuito através do SUS (Sistema Único de Saúde). Composta por três medicamentos, a  poliquimioterapia (PQT), é uma associação de antibióticos ministrados durante o período determinado pelo médico. Um destaque é o acompanhamento para evitar que o paciente abandone o tratamento. Assim, o paciente vai até a Unidade de Saúde mais próxima todo mês para tomar a dose supervisionada pela equipe médica, e pegar a medicação para as doses que ele toma diariamente em casa.

     A regularidade do tratamento e o início mais precoce levariam a cura da hanseníase mais rápida e segura. O que ajuda também na prevenção de incapacidades que a doença pode acarretar.

     Nos casos em que os pacientes diagnosticados tardiamente e com deformidades físicas, eles são encaminhados para unidades de referência onde poderão se beneficiar de tratamento adequado, como a cirurgia, exercícios pré e pós-operatórios e o autocuidado, bem como da indicação de próteses e/ou órteses. 


Gravidez e o aleitamento

     A gravidez e o aleitamento materno não contra-indicam o tratamento poliquimioterápico da hanseníase que são seguros tanto para a mãe como para a criança. Alguns dos medicamentos podem ser eliminados pelo leite, mas não causam efeitos adversos importantes. Os lactentes, porém, podem apresentar a pele hiperpigmentada pela Clofazimina, ocorrendo à regressão gradual da pigmentação, após a parada do tratamento.


Vacinação BCG (BACILO DE CALMETTE-GUÉRIN)

     Toda pessoa que reside ou residiu nos últimos cinco anos com doente de hanseníase, sem presença de sinais e sintomas de hanseníase no momento da avaliação, deve ser examinada e orientada a receber a vacina BCG para aumentar a sua proteção contra a hanseníase. Deve também receber orientação no sentido de que não se trata de vacina específica para a hanseníase. Estudos realizados no Brasil e em outros países verificaram que o efeito protetor da BCG na hanseníase variava de 20 a 80%, concedendo maior proteção para as formas multibacilares da doença.
Em alguns casos o aparecimento de sinais clínicos de hanseníase, logo após a vacinação, pode estar relacionado com o aumento da resposta imunológica em indivíduo anteriormente infectado.



Fonte: Ministério da Saúde - Edição e revisão: Equipe de Comunicação do ESIC.

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